sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Água viva Clarice Lispector

Água viva é imagética ou sensacionista?.Ultrapassa a metalinguagem.
Bom é Lê-lo de um só fôlego.Me venderam como romance .Mas em tal não se enquadra.
Quem fala não é um Eu é um it. Como antes da nona semana não há um sexo.Água viva é um fazer-se para ver.Ou um sentir -se para divulgar(?).Vale a pena pela expansão da linguagem.
Quem lê Clarice não deve esperar nada conclusivo.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Ó capitão, meu capitão!

Ouvi dizer:
Que feridas "viram medalhas"
Mas ó capitão meu capitão!
Pelo caminho não deixou migalhas!
Pés magoados
Caminhos imperfeitos
Poeta que não deixa o leito
Por ter estrela póstuma

Persuasão de Jane Austen

Será crível um amor perdurar por oito anos sem alimento ou esperança?
O romance entra sorrateiro  em mentes modernas.Da-se mais créditos a estória pelo tempo que ocorre e também por ser um meio rural.Talvez o desejo  não consumado, elevado a certa potência.Citando a própria autora:"Nunca poderemos.Nunca poderemos provar coisa alguma em assuntos como este".
Me irrita um pouco o noivo ser aceito pelo pai por uma "virada" do destino.
(Baú de dote)Transparente o amor só se torna no final.A fleuma e medo de Anne Elliot suplantados por este sentimento.Talvez só o primeiro amor exista...
E os outros sejam ilusões necessárias.As horas que  me envolvi com o romance não me arrependo.
Não pedirei reembolso ao tempo.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Dom Casmurro

Relendo Dom Casmurro, de Machado de Assis, não me importo nenhum  pouco se Capitu traiu.
O que mais gosto é o retrato da adolescência deles.Ela com catorze, "mulher feita", ele com um a mais, um tanto indeciso.Me pergunto o que seria de mim se tivesse que ser "mulher feita"aos catorze.
O que nenhuma de nós foi ou seria.
Provavelmente, acabaria num convento ou faria curso de normalista se pudesse.Melhor dizendo se conseguisse.
Saber é não ser uma construção de época, mas construção própria o que é muito  mais difícil.
No século vinte, e depois de Freud, criou-se a mania de tirar personagens do armário, que bobagem!
Não creio em nada disso, a menos que o escritor queira isso, como no conto, "A morte em Veneza".
Voltando ao Dom, o que me interessava no livro era o trançar apaixonado das tranças de Capitu, trançar e destrançar, ahh!...
A estrela é Capitu, Bentinho é o coadjuvante, ele pode ter-lhe dado um sobrenome, mas ela tem nome próprio, em seu mistério feminino profano.
A literatura não põe ou retira personagens no armário,  e sim retira leitores e leitoras.
Sem contudo ser influência, tú o leitor(@) é quem se lê!
E com licença prosa, cansei dessa conversa de pseudo análise Freudiana, dos críticos de antanho.
Prefiro voltar ao trançar e destrançar, os cabelos de Capitu, que deixou o meu coração a nú pela eternidade...