sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Dom Casmurro

Relendo Dom Casmurro, de Machado de Assis, não me importo nenhum  pouco se Capitu traiu.
O que mais gosto é o retrato da adolescência deles.Ela com catorze, "mulher feita", ele com um a mais, um tanto indeciso.Me pergunto o que seria de mim se tivesse que ser "mulher feita"aos catorze.
O que nenhuma de nós foi ou seria.
Provavelmente, acabaria num convento ou faria curso de normalista se pudesse.Melhor dizendo se conseguisse.
Saber é não ser uma construção de época, mas construção própria o que é muito  mais difícil.
No século vinte, e depois de Freud, criou-se a mania de tirar personagens do armário, que bobagem!
Não creio em nada disso, a menos que o escritor queira isso, como no conto, "A morte em Veneza".
Voltando ao Dom, o que me interessava no livro era o trançar apaixonado das tranças de Capitu, trançar e destrançar, ahh!...
A estrela é Capitu, Bentinho é o coadjuvante, ele pode ter-lhe dado um sobrenome, mas ela tem nome próprio, em seu mistério feminino profano.
A literatura não põe ou retira personagens no armário,  e sim retira leitores e leitoras.
Sem contudo ser influência, tú o leitor(@) é quem se lê!
E com licença prosa, cansei dessa conversa de pseudo análise Freudiana, dos críticos de antanho.
Prefiro voltar ao trançar e destrançar, os cabelos de Capitu, que deixou o meu coração a nú pela eternidade...


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